Expedição de mais de 4.500 Km do Ex-Niveiro Thyago Baré, que atualmente organiza expedições e passeios com a Baré 4x4 (infelizmente hoje em dia de Land Rover)
1º Dia - 28/01/2005
- 276Km - 11:30h
Conforme o
planejado, partimos as 05:20h e as 06:00h já estávamos embarcando na balsa que
nos levaria a outra margem do Rio Amazonas.
Após 1:20h de
travessia, chegamos a cidade de Careiro da Várzea e seguimos pela BR-319 rumo
ao nosso destino.
Rodamos 100km de
bom asfalto até o Careiro Castanho, última cidade e ponto de abastecimento até
Humaitá, a 570km de distância.
Atravessamos a
balsa do Rio Castanho e seguimos pela estrada por mais 60km, até o Rio Tupana,
onde atravessamos mais uma balsa e recebemos a confirmação de que dali para
frente não havia mais asfalto. Começamos a aventura, buracos e muita lama,
aliados a pontes de madeira em estado precário durante 80km, até a comunidade
do Igapó-açú, nosso ponto previsto para pernoite.
Como chegamos
cedo(14:00h) e estávamos fisicamente bem, decidimos seguir em frente.
Atravessamos a 4º e última balsa do dia , aproveitamos um orelhão da
Embratel(via satélite), fizemos um contato com a família e logo depois
almoçamos num restaurante improvisado pela comunidade(arroz, salsicha e ovo),
acompanhados de água do igarapé.
Fomos alertados
pelo dono do restaurante sobre os perigos da estrada e o mesmo nos mostrou
alguns carros(gurgel, opala, caminhão, etc..) que haviam chegado ali dias atrás
rebocados pois não conseguiram vencer o trecho.
Após o almoço,
seguimos viagem e pudemos constatar q a viagem ficava cada vez pior, nossa
média era de 15km/h. Após rodarmos 32km, e sem cruzarmos com nenhum vestígio de
civilização, paramos em frente a uma estação da Embratel e decidimos pernoitar
por ali.
Eram 17:00h,
improvisamos um banho "meia-sola" e enquanto arrumávamos acampamento
fomos surpreendidos por um caboclo com uma espingarda 22".
Ficamos imóveis,
esperando o pior, mas o cidadão apenas perguntou se estava tudo bem e se
tínhamos avistado uma cotia, q aparecia sempre por ali.
Tomamos um tremendo
susto, que foi suficiente para transformar nossa noite num martírio e nos
levou, por precaução, a revezarmos os turnos de descanso, ou seja, enquanto um
dormia o outro vigia o local...
2º Dia - 29/01/2005
- 184Km - 13 horas
Após uma noite
apreensiva, acordamos um pouco cansados, levantamos acampamento e as 06:30h já
estávamos partindo.
A estrada piorava a
cada km percorrido. Erosões, pontes frágeis e atoleiros seguidos.
As 11:20h e após
rodarmos 60km, chegamos num igarapé onde a ponte havia caído dias atrás e
algumas pessoas estavam trabalhando em sua reconstrução. Ali estavam também
alguns jipeiros de Avaré-SP, numa Toyota Bandeirantes, um Jipe Javali e um
caminhão D-10, compondo a Expedição Transamazônica 2005, e que estavam seguindo
de Humaitá para Manaus, ou seja, no sentido inverso ao nosso.
Trocamos algumas
idéias e nos revelaram que estavam ali há 3 dias esperando o nível da água do
Igarapé baixar, para poderem atravessar numa ponte lateral improvisada pelos
trabalhadores.
A travessia era
cautelosa e arriscada, qualquer descuido seria fatal. Após atravessarem a
mesma, comemoraram e antes de nos prestarem auxílio na travessia, alguns deles
nos aconselharam a desistir da viagem, pois a frente haviam muitos atoleiros e
nenhum ponto de apoio e como estávamos sós, seria muito arriscado.
O piloto do Javali,
falou que se fossemos devagar e com cautela, analisando os atoleiros antes de
cada travessia, passaríamos sem problemas. Assim, decidimos seguir viagem e com
muita precaução e coragem, partimos.
Foi um momento de
enorme tensão, a travessia na ponte improvisada foi o ponto decisivo da viagem,
era um estrado de madeira sobre o leito e pranchas na saída sobre a margem enlameada.
Movimentos metro a metro eram calculados e a cada deslocamento novas pranchas
eram colocadas, pois qualquer descuido tombaria o Niva no igarapé e adeus
carro, viagem, expedição...
Com muita destreza,
e experiência dos trabalhadores que estavam nos guiando, conseguimos
atravessar.
Foi uma vitória
comemorada com muito entusiasmo. Seguimos adiante, e conforme fomos alertados,
dali para frente estava realmente o pior trecho da estrada. Atoleiros de mais
de 30 metros, pontes precárias, crateras de lama, etc.
Nossa média não
chegava a 10km/h. Com calma e paciência, e muitas vezes tendo de descer do
carro para escolher por onde passar, seguíamos em frente, e sentimos varias
vezes o fundo do Niva batendo na lama e "pulando igual cabrito". Até
que num descuido, batemos forte com a roda direita num buraco e a suspensão
começou a trepidar, emitindo um barulho forte, de ferro com ferro. O carro era
só lama e como ficava difícil avaliar o problema, resolvemos seguir assim
mesmo.
Como se já não
bastasse, as 17:30h fomos premiados com um temporal, mas como parar era perda
de tempo, seguimos com cuidado redobrado e rodamos até as 19:40h sob chuva
incessante, quando paramos em frente a outra Estação da Embratel para
pernoitarmos.
Por precaução,
devido a incidência de onças na região, decidimos não arriscar, e ao invés de
armarmos a barraca, dormimos dentro do Niva(que conforto!!), após 13 horas de
estrada e apenas 180km rodados nesse dia...
Obs.: No final do
dia, o Felipe revelou, que o motorista da D-10 tentou convencê-lo a retornamos
a Manaus, desdenhou dos adesivos do Rally do Amazonas e Festival Amazonas
Off-Road(colados no Niva), ironizou que tínhamos experiência para seguir viagem
e ainda falou que deveríamos ao menos ter ido de Jipe!!
3º Dia - 06/02/2005
- 420Km
Após uma noite de
muito calor, mosquitos e dor na coluna(banco do Niva!), partimos as 05:30h
debaixo de uma chuva contínua, que aliás, caiu durante toda a madrugada.
Não pretendíamos
passar mais uma noite na selva, por isso saímos bem cedo, pois se a estrada
continuasse muito ruim, dificilmente chegaríamos a Humaitá.
O barulho na
suspensão continuava, mas mesmo assim seguíamos em frente, porem com cuidado
redobrado. A chuva não queria parar, enfrentamos mais uns 40Km de péssima
estrada, que depois alternava trechos ruins com pedaços de asfalto.
Cruzamos com um
posto de gasolina(BR) abandonado e faltando 100Km para o entroncamento com a
BR-230(Transamazônica), chegamos finalmente a uma comunidade, onde pudemos
enfim tomar um refrigerante/ cerveja, e após 48 horas, entrar novamente em
contato com a família, que aguardava nosso telefonema desde o dia anterior.
Seguimos adiante, e
22Km antes do trevo fomos "premiados" com um excelente trecho de
asfalto, antes de enfrentarmos mais 30km até Humaitá pela Transamazônica, numa
mistura de asfalto, buraco e lama, onde reabastecemos o tanque do Niva com os
últimos 20 litros que levávamos nos galões sobre o bagageiro.
Chegamos a Humaitá
as 14:40h, completamente exaustos e ao mesmo tempo felizes por termos vencido,
"A Estrada que a Selva engoliu".
Após 57 horas de
aventura, e 670Km rodados, fomos almoçar e finalmente procurar um hotel para um
bom banho e descanso, deixando para o dia seguinte a preocupação com a
suspensão do Niva...
Obs.: Ahhh... e
lembrando daquele motorista da D-10, que encontramos no dia anterior, alguém o
conhece??? Gostaria de saber seu e-mail ou endereço postal, para enviá-lo as
nossas fotos do final da travessia!!!
5º Dia - 01/02/2005
- 730Km
Como tínhamos um bom
trecho de estrada para percorrer, acordamos bem cedo e as 06:30h já estávamos
reabastecendo e pegando a estrada rumo ao Sul de Rondônia.
Rodamos ate o
anoitecer parando a cada 2 horas, para abastecimento, lanches, descanso, etc...
Revezamos também um
pouco a direção, pois o Felipe já estava inquieto sem dirigir desde Manaus.
Cruzamos todo o
Estado, passando por diversas cidades, que surgiam as margens da BR-364
(Candeias do Jamari, Itapua do Oeste, Ariquemes, Jaru, Ouro Preto D`Oeste,
Ji-paraná, Presidente Médici, Cacoal, Pimenta Bueno e finalmente Vilhena), com
buracos em alguns trechos da estrada e muita chuva em todo o trajeto, num total
de 710Km, mantendo(quando possível) uma velocidade de cruzeiro de 90Km/h.
Pernoitamos em Vilhena
e decidimos que dali em diante rodaríamos no maximo 500Km por dia, para evitar
o desgaste acentuado do carro e também nosso desgaste físico;
7º Dia - 06/02/2005
- 420Km
Uma semana de
estrada.
Saímos as 08:00h
rumo a Chapada dos Guimarães, a 380Km de Porto Esperidião.
No posto de
gasolina da cidade, tivemos a informação de que em Cáceres a 90 Km (um dos
portões de Entrada do Pantanal Norte), conseguiríamos uma boa oficina para
realizar a solda que precisávamos.
Chegando em
Cáceres, e após bastante procura, somente conseguimos um serviço
"meia-boca", uma solda quebra galho, que não adiantou de nada.
Serviço feito,
seguimos viagem rumo a Chapada dos Guimarães, pela mesma estrada, mas que a
partir daqui passa a ser chamada de BR-070.
Estávamos a 280Km
da Chapada e a 210 de Cuiabá, capital do Estado de Mato Grosso.
Rodávamos
tranqüilos pela estrada, quando de repente, como se já não bastasse o problema
da direção, começamos a ouvir um ronco estranho, que parecia vir da caixa de
marchas.
Paramos num posto
de gasolina, aproveitamos a parada para almoçar e verificamos na parte inferior
do carro se havia alguma anormalidade.
Checamos o nível de
óleo das caixas e dos diferenciais, observamos vazamentos, folgas e como tudo
aparentemente estava bem, pegamos novamente a estrada, já que faltavam uns 50Km
para Cuiabá, onde poderíamos fazer uma revisão melhor.
Curiosamente, de
Cáceres a Cuiabá não há nenhuma cidade a beira da estrada, somente pequenos
povoados.
Faltavam uns 30Km
para chegarmos a Cuiabá quando o ronco do carro aumentou, diminui a velocidade
e continuamos rodando, ate que a 5km para chegar a Cuiabá, quando já entravamos
no perímetro urbano, um estouro vindo debaixo do carro, uma nuvem de fumaça
preta na dianteira e o barulho de ferro batendo me fez jogar o carro
rapidamente no acostamento.
Paramos e
verificamos que o retentor do diferencial dianteiro havia estourado e por ali
vazava todo o óleo.
Por sorte,
estávamos em frente a um posto de gasolina, para onde conseguimos levar o
carro, que estava fazendo um ronco forte no diferencial.
Lembrando de uma
experiência anterior numa trilha em Manaus, tiramos o cardan dianteiro,
engatamos o bloqueio, e tentamos sair com o carro, mas infelizmente só rodamos
100 metros, pois o diferencial travou.
Sem alternativa,
rebocamos o Niva ate uma oficina chamada Verdao, onde fomos muito bem atendidos
pelo Gerente Mole(isso mesmo, o nome do cara e Mole!), que rapidamente colocou
o carro no elevacar e nos prometeu que no dia seguinte as 07:00h o mesmo já
estaria sendo desmontado, pois já eram 18:00h e o expediente estava encerrando.
Procuramos um bom
hotel, onde pudemos relaxar e tomar umas cervas bem geladas para esfriar a
cabeça(risos).
8º Dia - 04/02/2005
- 80Km
Após um dia bem
desgastante, acordamos cedo e as 08:00h já estávamos na oficina.
Conforme prometido,
o mecânico já estava desmontando o BareNiva, mas apesar de toda sua boa vontade
e experiência, ele estava um pouco enrolado para retirar os componentes da
transmissão dianteira, ate ele me confessar que nunca tinham mexido em um Niva
nessa oficina.
Foi ai que resolvi
colocar a mão na massa e juntos desmontamos todo o conjunto.
Já com o
diferencial na bancada pudemos constatar o estrago: rolamento do pinhão
estourado, dois dentes da coroa e três dentes do pinhão quebrados, alem da
superfície da caixa satélite desgastada pelo atrito do pinhão.
Apesar de estar com
varias pecas de reposição na bagagem, infelizmente essas eu não tinha e também
não havia em Cuiabá ou cidades próximas qualquer loja especializada em Niva.
A situação era
difícil, teríamos que pedir as pecas de São Paulo, e como estávamos na véspera
do Carnaval, provavelmente só receberiamos a encomenda na quarta-feira de
Cinzas(com sorte!), ou seja, teríamos que aguardar por cinco dias em Cuiabá.
Analisamos a
situação e decidimos seguir viagem somente com a tração traseira.
Acabamos de tirar
as pecas necessárias, encaixotamos tudo, colocamos na mala(que já estava
cheia!) e as 13:00h partimos rumo a Chapada dos Guimarães, com o bloqueio do
diferencial central engatado e somente a tração traseira ligada.
Por momentos,
pensei se deveríamos mesmo manter nossa idéia de passar pela Chapada, pois com
esse problema no carro, talvez fosse melhor evitar a subida e o acréscimo de
uns 100km na viagem, incluindo uns 70km de barro.
Felizmente, decidi
manter o roteiro original, alias precisávamos relaxar e descansar um pouco
mesmo, depois de tantos dias desgastantes.
A estrada que nos
leva ate a Chapada dos Guimarães e fascinante, passar ao lado daqueles paredões
rochosos nos da uma sensação de como somos pequenos diante da natureza.
Quase chegando a
cidade, paramos no complexo turístico da Salgadeira, que fica a beira da
estrada, onde aproveitamos para tirar fotos e tomar um banho na cachoeira, de
aproximadamente 20m de queda.
Chegamos na cidade,
pegamos umas dicas no centro de informações turísticas e fomos para o Camping
Oásis, localizado a 100m da praça central.
Fomos muito bem
recebidos pelo dono e resolvemos ficar por ali mesmo, um local tranqüilo, limpo
e bem cuidado.
Como o tempo estava
chuvoso, demos uma descansada e depois fomos conhecer um pouco a cidade, numa
boa caminhada.
9º Dia - 05/02/2005
- Sem deslocamento
Sábado de Carnaval.
Logo de manha, a
cidade já estava bem movimentada, com a chegada de turistas, principalmente
Cuiabanos, para passar o Carnaval.
Chapada dos
Guimarães, e uma cidade pequena e acolhedora, de excelente clima.
No centrinho há
varias lojas de artesanatos e bons restaurantes, cercados por lindas casas de
veraneio.
Por estar a 60Km de
Cuiabá, e um dos principais destinos dos moradores da Capital, para viagem
curta.
Aproveitamos o
otimo dia de sol, e fomos realizar um trekking pela Eco Turismo Cultural
(principal agencia de viagens da cidade) percorrendo o Caminho das Águas do
Parque Nacional.
Logo após a
portaria do parque, já no centro de visitantes, nos deparamos com a Cachoeira
Véu de Noiva, com 86m de queda e um dos principais cartões postais da Chapada
dos Guimarães.
Durante toda a
caminhada, pudemos observar belíssimos cânions, contornados por enormes
paredões rochosos, num espetáculo natural de muitos anos de formação.
Foram um total de
6km percorridos, com direito a banho na maioria das sete cachoeiras que
visitamos(Sonrisal, Hidromassagem, Pulo, Degrau, Prainha, Andorinhas e
Independência).
Após essa
contemplação da natureza, ainda almoçamos no restaurante do Parque(ótima
comida!).
Aproveitamos o
final da tarde para descansar, e a noite caminhamos um pouco pela cidade para
conhecer o seu carnaval, típico daqueles que só vemos em cidades do interior.
Foi o primeiro dia
da viagem em que o BareNiva não rodou, apenas ficou decorando o jardim do
camping(risos).
10º Dia -
06/02/2005 - 420Km
Que pena, ultimo
dia na Chapada dos Guimarães, mas prometo um dia voltar, para aproveitar tudo
que essa maravilhosa região tem a oferecer.
Saímos da cidade as
09:00h rumo a Campo Verde, por uma estradinha com 70km de terra batida e alguns
buracos.
Apesar de ser o
caminho mais curto em direção ao sul, tinha o inconveniente desse trecho sem
asfalto e como havia chovido bem durante a madrugada fiquei receoso.
Mesmo assim
resolvemos seguir viagem por ela mesma, e felizmente nos deparamos com uma
estrada bem cuidada, ou melhor, ela esta sendo preparada para receber asfalto.
Seguimos por Campo
Verde, Dom Aquino e Jaciara, onde pegamos novamente a BR-364.
Seguimos rumo a
Rondonópolis, e nesse trecho pegamos o pior trafego de caminhões, eram comboios
de mais de 30 veículos, numa estrada precária de manutenção e um misero
acostamento, quando tinha.
Rondonópolis e o
entroncamento de todas as cargas oriundas das demais regiões do pais que seguem
rumo ao noroeste.
O que agravava
ainda mais a situação, era que tentávamos manter uma velocidade de cruzeiro de
70Km/h, com o intuito de não forçar muito o BareNiva, já que ele estava somente
com a tração traseira funcionando.
Devido a esse
problema, decidimos ainda em Cuiabá, que rodaríamos uma media de 350Km por dia,
justamente para poupar o carro e também porque pelos nossos cálculos, a oficina
especializada mais próxima seria a Apoio4x4(Ribeirão Preto-SP) a 1300km de
Cuiaba, onde pretendíamos chegar na quarta-feira pela manha, 1º dia útil após o
Carnaval, para solucionarmos os problemas da transmissão dianteira.
Almoçamos em
Rondonópolis, e seguimos novamente pela BR-364, passando pelas cidades de Pedra
Preta e Alto Garças, ate chegarmos em Alto Araguaia, ultima cidade do Mato
Grosso, já na divisa com o Estado de Goiás.
Chegamos já
anoitecendo, arrumamos um hotel "meia-boca", jantamos e fomos
descansar.
11º Dia -
06/02/2005 - 420Km
Aniversario do
Felipe.
Após uma noite de
sono razoável, fizemos a checagem de rotina no carro.
Tirando a
transmissão dianteira que estava encaixotada na mala e a direção que continuava
puxando muito, o BareNiva estava bem(risos).
Atravessamos a
ponte sobre o Rio Araguaia, divisa natural entre as cidades de Alto Araguaia-MT
e Santa Rita do Araguaia-GO, e seguimos ate a cidade de Mineiros-GO, que
curiosamente não fica em Minas Gerais.
Reabastecemos, e
seguimos novamente pela estrada ate a cidade de Jataí.
De Jataí ate Rio
Verde, a estrada passa a ser chamada de BR-060.
Chegamos as 15:00h
em Rio Verde, e apesar de estar cedo resolvemos pernoitar por aqui, devido ao
fato de não termos informações sobre a única cidade que existe na beira da
rodovia entre Rio Verde e Itumbiara, a 200km.
Conseguimos um bom
hotel e fomos descansar.
A noite,
aproveitamos que era aniversario do Felipe e tomamos umas cervas geladas e
caldo de feijão, sabores tipicamente cariocas.
Só não sabíamos que
a culinária goiana utiliza bastante pimenta em seus pratos!!
12º Dia -
08/02/2005 - 450Km
Saímos bem cedo de
Rio Verde, com o objetivo de chegarmos em Uberaba no final do dia.
Seguimos pela
BR-452 ate Itumbiara, em 200km de muitos trechos esburacados, onde pudemos
perceber o total descaso das estradas brasileiras.
Não só aqui, mais
em vários trechos dos Estados de Mato Grosso e Goiás passamos por muitas
estradas esburacadas e algumas ate com trechos de 100m sem asfalto.
Passamos por Bom
Jesus de Goiás, única cidade a beira da estrada nesse trecho e ao contrario do
que pensávamos, e um bom ponto de apoio para pernoite.
Chegamos a
Itumbiara e ao avistar a beira da estrada uma churrascaria com meu nome
(Thyago) resolvemos parar e almoçarmos.
Encontramos aqui
também o primeiro trecho de estrada duplicada desde que partimos de Manaus.
Saímos de
Itumbiara, deixando o Estado de Goiás para trás e entramos em Minas Gerais,
atravessando a ponte sobre o Rio Paranaíba.
Seguimos pela
BR-452, passando por Arapora, Tupaciguara e Uberlândia, onde pegamos muito
transito na chegada e saída da cidade, devido à volta dos turistas para casa,
no ultimo dia do feriadão de Carnaval.
De Uberlândia
seguimos por mais 100km pela BR-050 ate Uberaba, nosso ponto previsto para pernoite.
Aqui nos deparamos
com o pior trecho de asfalto da viagem, muitos buracos e um péssimo asfalto,
obrigando muitos veículos a transitarem pelo acostamento.
Os buracos só nos
dão uma trégua no trecho que a estrada esta sendo duplicada.
Sinceramente, uma
vergonha!!!
Chegamos em
Uberaba, aproveitamos a excelente comida mineira e fomos descansar, no melhor
hotel que pernoitamos ate aqui!!!
Via telefone pedi
ao meu pai, que mora no Rio de Janeiro, para fazer um contato com o Albino
(Apoio4x4) , na manha seguinte, avisando que estaríamos chegando em Ribeirão
Preto-SP por volta das 09:00h para consertarmos o BareNiva.
14º Dia -
10/02/2005 - 460Km
Logo cedo já
estávamos na oficina.
Com as pecas que
faltavam já em mão, ficamos aguardando ansiosamente a conclusão do serviço e o
retorno a estrada com o BareNiva.
Estimávamos sair as
12:00h, homocineticas instaladas, diferencial já montado, ate que na hora de
colocar o cardan dianteiro a luva estava travada e o pior e que nada fazia ela
destravar.
Provavelmente
devido à lama e água, aliados ao fato da peca ficar parada vários dias.
A alternativa foi
levar ate uma casa especializada em cardans para que a dita cuja pudesse ser
destravada.
Resolvido o
problema, o cardan foi recolocado e finalmente as 14:30h o BareNiva estava
pronto para pegar a estrada, graças à presteza e eficiência de um excelente
profissional como o Albino, a quem ate o momento só conhecia por telefone e
mensagens eletrônicas.
Obrigado pelo
apoio! Estávamos novamente na estrada, agora já com o Niva totalmente
funcional, pronto para todo tipo de terreno.
Logicamente
aumentamos nossa velocidade de cruzeiro para 90Km/h e resolvemos seguir ate
Guaratinguetá, cidade que já conhecíamos e onde pretendíamos pernoitar.
Rodávamos pela
Anhanguera, passamos pelas cidades de Cravinhos, Porto Ferreira, Pirassununga,
Leme, Araras, Americana, ate que em Campinas fomos "agraciados" com
alguns quilômetros de engarrafamento devido um acidente, coisas de cidade
grande.
Saímos de Campinas
já à noite, pegamos a Rodovia D. Pedro I, e seguimos rumo a Jacareí, passamos
por Atibaia, Bom Jesus dos Perdoes, Nazaré Paulista e Igarata.
Já em Jacareí,
entramos na Rodovia Presidente Dutra, velha conhecida de outrora.
Apesar de estar à
noite, e a estrada ser bastante movimentada, estávamos com uma sensação de
volta pra casa.
Como e bom pisar em
terreno conhecido!!!!
Paramos para
jantar(quase ceia!), e seguimos ate nosso destino final nesse dia, a cidade de
Guaratinguetá, aonde chegamos as 12:00h.
Nos instalamos no
hotel e fomos descansar.
15º Dia -
11/02/2005 - 270Km
Acordamos sem
pressa, estávamos tranqüilos, faltavam apenas 260Km para chegarmos no nosso
destino final, a cidade do Rio de Janeiro.
Aproveitei, e fui
ate a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, agradecer pela
viagem e pelos demais benefícios da vida que levamos.
Pegamos novamente a
estrada, rodava tranqüilamente pela estrada, cada vez estávamos mais perto de
concluirmos nossa viagem e cumpri nosso objetivo.
Passamos pelas
cidades de Lorena, Cachoeira Paulista, Queluz e finalmente avistamos a placa
"Bem-vindo ao Rio de Janeiro", onde paramos para tirar algumas fotos.
Cruzamos a divisa e
aos poucos ficávamos mais entusiasmados, lembrávamos dos dias que passamos na
estrada, do medo e apreensão na BR-319, da tristeza e espanto com a quebra em
Cuiabá, da garra e persistência para chegar a Ribeirão Preto e de todos os
momentos divertidos e engraçados que vivemos.
A cada cidade que passávamos
sentíamos a sensação de estarmos cada vez mais perto, Itatiaia, Resende, Barra
Mansa, Volta Redonda, Queimados, Nova Iguaçu, Belford Roxo, São João de Meriti,
Duque de Caxias e finalmente RIO DE JANEIRO!!
Chegávamos em casa,
recebidos por familiares e amigos, após 15 dias de viagem, mais de 4.500Km
rodados e com a sensação de ter realizado uma grande aventura!!!
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Fontes:
LadaFans
De Niva na Trilha
Niveiros
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