O Niva Preso!
O causo se passou num arraial de
uma cidadezinha do interior, no sul da Bahia, entre as margens do Oceano Atlântico
e o rio Pardo, onde um pitoresco boêmio e namorador, que sempre aprontava nas
noites, tudo entre
músicas, mulheres e bebidas. Todas as farras que acontecia no arraial certamente nosso personagem que vamos chama-lo de “Nó Cego” estava envolvido. Certa feita numa festa do padroeiro local, Nó Cego conheceu e se encantou com uma linda moça do município vizinho e pensou: “...essa é pra casar!”. Ficaram, namoraram, noivaram e casaram rapidamente sem dar tempo de um conhecer profundamente o outro.
músicas, mulheres e bebidas. Todas as farras que acontecia no arraial certamente nosso personagem que vamos chama-lo de “Nó Cego” estava envolvido. Certa feita numa festa do padroeiro local, Nó Cego conheceu e se encantou com uma linda moça do município vizinho e pensou: “...essa é pra casar!”. Ficaram, namoraram, noivaram e casaram rapidamente sem dar tempo de um conhecer profundamente o outro.
O casamento ia bem,
compraram uma casa, mobilharam com o melhor, plantaram horta no quintal, compraram
um carro usado, um Lada Niva 91, conservadíssimo, que passou a ir para o trabalho
com ele todos os dias e logo apelidou de “Meu Xodó”.
O que Nó Cego não esperava
é que a mulher fosse muito ciumenta, ciumava dos amigos, ciumava do futebol, ciumava
do Niva, ciumava até da própria sombra. Apesar de que o maridão dela estava
mais sossegado depois do casamento, mais caseiro, menos boêmio...
Aí chega o dia da
festa do Padroeiro da cidade vizinha. Os amigos solteiros passavam pela sua porta
e gritavam: “Nó Cego, vamos tomar uma na Gameleira?!”
O cara ficava
agoniado, pois a vida agora era outra, ele estava casado...
“Nó Cego, vamos
tomar uma na Gameleira?!” passava outro que provocava...
Foi então convidar a
mulher para juntos irem à festa do padroeiro da cidade vizinha e ela disse que
estava indisposta. “...e você nem pense
que vai a festa alguma sem mim!” esbravejou a esposa ciumenta.
Nó Cego, malandro
velho, esperou a mulher dormir para fugir pra a festa. Arrumou-se todo de roupa
nova, se perfumou e sorrateiramente abriu o portão de ferro da garagem,
empurrou o por uns trezentos metros o seu Niva até a esquina da rua para não
fazer barulho e partiu para a gandaia. Por lá bebeu todas, dançou muito, mexeu
com as meninas, se divertiu como nunca. Mas perdeu o horário... Quando chegou
em casa a Dona Maria já estava acordada tomando café e não lhe disse nada, ele
estranhou. Guardou o seu Niva caprichosamente na garagem e foi tomar um banho. De
repente um clarão vindo da garagem, outro clarão, outro clarão e outro
clarão... Assustado Nó Cego sai do banho e ainda enrolado na toalha se depara
com um soldador contratado por sua esposa, soldando o portão de ferro e lhe
diz: “...foi Dona Maria que mandou fazer o serviço, ela disse que era para o
senhor não sair mais com o carro pra Gameleira!”
A partir daí Nó
Cego voltou a ir a pé para o trabalho, pois o Niva ficara preso em definitivo
na garagem...
“...fiz isso por
amor benzinho!” disse Dona Maria com ar de vingança.
*qualquer
semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera
coincidência.
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