Atropelado Pelo Próprio Niva – Causos e Acasos do Niva (post 1218)

Hoje vou contar a história do Niveiro de codinome “Suíno”, porque o cara não podia ver uma lama que se lançava a nadar com gosto, e quase nunca o seu Niva ficava atolado devido a sua pilotagem agressiva e sempre gritava seu para
o seu filho navegador que o acompanhava nas trilhas desde pequeno, hoje com 13 anos e de codinome “Tá Batizado”, o adolescente era o cão na criatividade para batizar os novos donzelos na trilha, era cada apelido esquisito que ele arrumava: “cara da rural”, “preocupado”, “chaveiro torto”, “coro seco”, “sem rastro”, “fala fina”, “escurregado”, “rabo de gata”, “fulaninha”, “come e dorme”, “zé mentira”, “número um”, “teimosia”, “do batom”, “caixachata”, “queima junta”, “sabonete”, “boca de gol”, “fumaça”, “remendado”, “shirra”, “cara larga”, “arrogante”, “papa pau”, “cocô grosso”, “minha noiva”, “sem gás”, “sabido”, “da pra papá”, “malarrumado”, “chupa ovo”, “cheiroso”, “donzelo”, e tantos outros que só são adquiridos na trilha e nomeado oficialmente durante as transmissão de rádio e batizado com o tradicional banho de lama...  “Tá batizado” mesmo tão jovem, era um doutor nessa arte...

Suíno botava pra lá no seu Niva “Nifaliu”, andava muito forte, e o seu jargão era: “Não para, não para, não para não!”.  Mas lembrava sempre ao “Tá Batizado” que “...o niva é forte e lento, mas tem que frear quando preciso...”

A família do Niveiro pernambucano “Suíno” é muita carismática, religiosa e caridosa, é bastante envolvida com a comunidade do Alto da Sé em Olinda – PE, e estão sempre prontos para as atividades solidárias da Catedral da Sé (Matriz São Salvador do Mundo).

Nosso Niveiro Suíno se ofereceu a entrega das marmitas solidária no dia da comemoração do Santíssimo Salvador.

Com o seu Niva “Nifaliu” sempre a disposição chamou o seu filho “Tá Batizado” para ajudar, pois Olinda tem muitas ladeiras de paralelepípedos e não é muito fácil para estacionar enquanto entregaria as marmitas, até porque chuviscava muito nesse dia, deixando um pouco escorregadio os paralelepípedos. Sendo assim o “Suíno” parava a viatura no local desejado e o seu filho “Tá Batizado” entregava em mãos. Foi aí que a chuva chegou, e como um bom pai protetor, passou a entregar para o filho não se molhar. Quando foi entregar uma das últimas marmitas, desta vez no final da ladeira da Misericórdia, ao descer da viatura para fazer a entrega, percebeu que o “Nifaliu” estava escorregando, rapidamente entregou o alimento e voltou para ver o que acontecia, foi aí que a viatura escorregou de verdade, e como não daria tempo de entrar no carro para frear pediu ao filho que fizesse, logo ele pulou com habilidade para o banco do motorista e pisou no pedal do freio com força, mesmo assim o carro escorregava ainda mais, não teve jeito, Suíno foi pra frente da viatura para segurar a descida para não causar um acidente. Tentou segurar, mas os seus pés bem calçados também escorregava e o carro descia ainda mais. “Tum... Tum... Tum...” Suíno caiu no chão e foi para debaixo do carro, foi atropelado lentamente pelo seu próprio Niva, seu filho em desespero puxou ainda mais o freio de mão até o último estágio possível. As rodas não giravam, escorregavam, a impressão que se tinha era que óleo fora derramado acidentalmente por ali... Finalmente conseguiram parar a viatura no final da ladeira. Seu filho “Tá Batizado” pardamente assustado com a cena e “Suíno” com a clavícula e dois dentes quebrados...

Espirituosamente para não perder a piada depois do susto “Tá Batizado” gritou para o pai: “Você pode ser até lento, mas tem que frear”...

*Qualquer semelhança com nomes, apelidos, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.

"Solta o Burro, Solta o Burro!"