Reza a lenda, que
toda vez que São Boaventura era trazido para a capela da Imperial Vila de
Canavieiras, ele voltava, andando, pelas areias da praia, ficando os pequenos
pés do santo impressos nas areias. Isto aconteceu muitas vezes, e toda a vez
que acontecia ele era novamente trazido de volta para a Vila de Canavieiras.
Sua história começa
quando os primeiros moradores do Puxim encontraram a imagem de São Boaventura
na praia, no século XVII, trataram de construir uma capela para que seus
devotos pudessem prestar as suas homenagens ao santo que se tornou padroeiro da
comunidade. São Boaventura ficou na capela durante algum tempo até que a maior
parte das pessoas estabelecidas na comunidade se mudasse para a Ilha de
Canavieiras, por razões de segurança, devido aos frequentes ataques dos índios
da tribo Pataxó hã-hã-hãe e se fixaram às margens do Rio Pardo, bem no lugar
onde ele se encontra com as águas do Rio Patipe.
Após a mudança, os
moradores da nova vila, sentiram a necessidade de erguer outra capela, para que
o padroeiro, São Boaventura, pudesse ser transferido. Assim foi feito, e a nova
capela foi erguida e a imagem do santo transferido da capela do Puxim para a Imperial
Vila de Canavieiras, ficando todos satisfeitos com a transferência, menos o
santo.
Por conta dessas
devoções católicas da cidade, desde então milhares de pessoas do sexo
masculino, são homenageadas com o nome do padroeiro Boaventura, e os chamam
carinhosamente de “Boinha”, é claro que para identifica-los faz-se necessário
acompanhar de uma sinalização verbal para diferenciar, um sobrenome, ou
filiação, ou apelidos agregados por características engraçadas, por aí vai, portanto
é garantido que temos mais “Boinha” que “Zé” em nossa cidade.
O fato que, nosso
personagem fictício Boinha juntou por anos suas economias oriundas como
pescador artesanal e trabalhador rural nas colheitas das roças do cacau, com um
único objetivo, realizar um sonho de comprar um carro. Seu rico dinheirinho não
dava para comprar um veículo zero quilometro, mas dava para comprar o carro do
vizinho que estava parado há quase dois anos em sua porta. Fez uma proposta,
uma contraproposta, a negociação não foi fácil, pois o desejado precisava de
alguns reparos. Por fim comprou seu primeiro carro, um autêntico e original
Lada Niva 1991, o mesmo ano do Grauçá.
Como seu distrito
não havia oficina para reparos e ele tinha habilidade para mexer em máquinas
agrícolas e geradores de energia, encomendou na sede um envio de uma bateria
nova. Trocou todos os óleos necessários e recomendados, encheu os pneus, colocou
gasolina e depois de várias tentativas o motor funcionou, Boinha deu pulos de
alegria, logo foi dar uma volta em todas as ruas do lugarejo para testar, não
se contentando pegou o asfalto, seguiu pela BA 001 para sentir o sonho nas mãos,
estava realizado, empolgado pelo sentimento emocional, não percebeu que
alcançara o quilômetro dezoito e por lá acontecia uma blitz da polícia
rodoviária, três viaturas e um guincho, os caras fortemente armados, parando
todos os carros, Boinha se desesperou, pois não tinha habilitação e o documento
do carro estava atrasado cerca de quatro anos. Não tinha mais como retornar
para fugir do flagrante, o nosso personagem estava ferrado se o policial o
parasse. Rapidamente implorou a São Boaventura para que intercedesse naquele
momento: “Valei-me São Boaventura!!!” Se caso ele escapasse daquela situação
ele pagaria a promessa de caminhar do Puxim até Igreja de São Boaventura, conforme
a lenda, uns trinta e três quilômetros. Pensou, pensou, teve a ideia de simular
que estava empurrando o carro, como o município é quase todo plano e naquele
trecho era uma suave descida isso lhe favoreceu. Mas não sabia qual desculpa ia
dar ao policial ainda.
Com o braço direito
erguido e o dedo apontando para o acostamento o policial de farda camuflada e
armado até os dentes mandou parar:
“Bom dia senhor,
porque está empurrando esse Niva, ele está quebrado?!”
Nosso personagem
Boinha logo se lembrou da promessa feita a São Boaventura e disse: “Senhor, meu
sonho era ter um carro, e eu fiz uma promessa a São Boaventura, que se um dia
eu alcançasse essa graça eu iria empurrando o carro até a sua igreja em
Canavieiras para o padre benzer...”
O policial experiente
olhou para Boinha todo suado de nervoso, olhou para o estado do carro, olhou
novamente para ele e disse: “Segue sua peregrinação irmão e vá pagar sua
promessa a São Boaventura e reze também por nós...”
Boinha entrou em
êxtase com a graça alcançada, São Boaventura atendeu seu pedido, mas tinha que
empurrar o Niva por mais uns dois quilômetros até a primeira curva, sozinho,
seria uma tarefa árdua, mas faria com garra, após a curva poderia comemorar,
pois não seria mais ser visto pelo policial educado. Só que antes de chegar a
tal curva uma viatura da polícia rodoviária que participava da blitz se
aproximava. Boinha se organizou todo para mostrar que estava pagando sua
promessa com bastante fé e começou a cantar o hino de São Boaventura. ““Salve,
mar! Salve, esplendoroso céu que sobre esta terra estende teu redil! Salve, Sol
de aurifulgente véu que polvilhas de ouro as searas do Brasil!”
A viatura parou ao
dele e o policial educado disse:
“...conversei com o
comandante sobre sua promessa, e ele ficou muito sensibilizado uma vez que é
também é devoto de São Boaventura, ele ordenou que a guarnição o escoltasse os próximos
dezesseis quilômetros que resta até chegar a igreja, siga sua peregrinação
irmão...”
.
.
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Fontes:
Boinha: Personagem
fictício.
*Este é um causo ou
piada copiada da internet de autoria desconhecida, foi adaptada, e é uma ficção,
portanto qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida
real terá sido mera coincidência.
Um comentário:
kkkkkkkkkk! essa foi boa! rrsrsrsrsr
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