O primeiro contato de Isabela com um
Niva foi aos 14 anos, quando junto com
seu pai, o Camarada Niveiro “Nomade Sts”, foram buscar o primeiro membro russo da família o “Shrek”, um Lada Niva que havia comprado em Sete Lagoas-MG. Partiram de São Paulo rumo a primeira aventura nivística da Isabela, rodaram cerca de 700 km de moto, esta viagem por si só já foi uma grande aventura.
seu pai, o Camarada Niveiro “Nomade Sts”, foram buscar o primeiro membro russo da família o “Shrek”, um Lada Niva que havia comprado em Sete Lagoas-MG. Partiram de São Paulo rumo a primeira aventura nivística da Isabela, rodaram cerca de 700 km de moto, esta viagem por si só já foi uma grande aventura.
Era um domingo quando pegaram o Niva para testar e de cara tiveram a primeira
experiência numa rampa, que foi devidamente registrada em vídeo – “A primeira
rampa a gente nunca esquece!”: http://youtu.be/LLIJISYyW1Q
Depois subiram a Serra Santa Helena, uma montanha localizada dentro da cidade,
a ideia era testar o motor e todo o sistema de tração, enquanto o Nomade pilotava
a máquina ia explicando em detalhes tudo que estava fazendo, engatando a
reduzida, o bloqueio, a conversa fluía fácil, ensinava os conceitos
básicos de mecânica, procurando assim, dar independência e autoconfiança para
suas filhas, preparando-as para o dia que tivessem seus próprios carros.
Dia seguinte, uma segunda-feira, trocaram todos os óleos necessários do carro, motor,
câmbio, caixa de transferência e diferenciais. Fantástico era ver a Isabela
acompanhar tudo atentamente, com certeza era a ânsia de absorver o
conhecimento. Aproveitando que o carro estava numa valeta, fizeram um reaperto
geral, vários parafusos frouxos, Nomade pedindo as ferramentas pelo nome e a
Isabela, como já conhecia, ia buscando na caixa. Após um belo banho e um delicioso
almoço mineiro seguiram para Belo Horizonte, onde iriam buscar um Violoncelo. À
noite, após a janta, pegaram a estrada novamente, numa viajem que seria a mais
longa pela qual já passaram até hoje.
O carro não passava de 50 km/h, quando Nomade pisava mais fundo no acelerador
não alimentava o motor com gasolina, principalmente nas longas subidas das
serras da Fernão Dias, mas como o carro estava andando, acharam melhor
continuar a viajem assim mesmo, principalmente por conta do consumo que estava
bastante baixo, fazia mais de 10 km/L e como não conheciam o carro, por
garantia, a cada 100 km parava para abastecer. A noite foi muito longa, mas a
Isabela sempre ali, acordada e conversando para seu pai ficar esperto e não dormir
ao volante, conversavam coisas que teriam que melhorar no carro, nos reparos
que seriam mais urgentes, da necessidade de trocar os pneus para reduzir o
barulho infernal que faziam no asfalto.
15 horas de viagem e chegaram a São Paulo, já na marginal, com o trânsito quase
parado, o Shrek perde o acelerador, o motor continuava a girar, mas o pedal do
acelerador estava morto, desceram do carro, abriram o capô, descobriram a
vareta de aceleração havia desencaixado, nada que um arame não resolvesse. Um trânsito
caótico nas Marginais para variar, andando em primeira, nada de interessante
pra comentar, foi quando a Isabela sucumbiu ao sono de uma guerreira, merecido.
A descida da serra e a chegada em
casa foi tranquila. No dia seguinte retiraram o carburador para uma limpeza, Isabela
ajudou a secar as peças após lavar, montaram e regularam o carburador, Nomade
sempre mostrando o funcionamento dos componentes para ela, depois saíram para testar
e analisar o melhorado desempenho.
No fim de semana seguinte, foram a Peruíbe-SP, pois queriam fazer novos testes
na lama. Chovia um pouco quando pegaram à estrada Guaraú/Barra do Una. O carro
pulava muito, pois estava com 31 libras nos pneus, Nomade deu o calibrador na
mão da Isabela pedindo para ela reduzir a pressão dos pneus para 18 libras.
A partir daí foi só diversão, os
pneus agarravam nas curvas, ficou bem confortável, brincaram bastante, espalharam
muita lama, se divertiram. Após tanto
solavanco, o alternador parou de carregar e ainda tinha que voltar para Santos,
a Isabela ficou preocupada, mas já estavam no "quintal de casa", Nomade
a tranquilizou, dava para ir a pé pra casa, caso o Niva morresse, e conseguiram
chegar mais uma vez em segurança em casa. “Foi aí que Isabela expressou pela primeira
vez a vontade de ter seu próprio Niva aos 14 anos de idade” comenta Nomade.
Depois disso, os três, Isabela, Júlia e Nomade, viajaram muito com o Shrek, e sempre
que surgia a oportunidade conversavam sobre mecânica e elétrica, pois ambas
sabem da importância de se conhecer o próprio veículo. Essas conversas cada vez
mais despertavam o interesse das meninas, a Júlia prefere carros mais modernos,
porém a Isabela, cada vez mais demonstrava o desejo de possuir um Niva e
começou a ajudar nas manutenções do Shrek para conhecer melhor o carro, e até já
trocou velas com direito a calibragem da distância dos eletrodos. E numa das
viagens para Ilhabela, à bomba de gasolina pifou, então depois de bomba nova
comprada, Isabela pediu ao pai que a ensinasse a fazer o serviço, diga-se de
passagem, ficou perfeito!
Entre passeios, viagens e manutenções a “Pikena” foi se apaixonando cada vez
mais pelo russinho. Até que um dia, surgiu a oportunidade de Nomade comprar um
Niva de um amigo que estava passando por uma restauração, mas ele não queria
mais dar prosseguimento na obra. O Niva já estava com a lataria em ordem,
precisava pintar e montar, tinha todas as peças exceto motor e câmbio
originais, visto que o cidadão iria instalar motor e câmbio automático do Opala
4 cilindros.
Após muita negociação, decidiu que eu ficaria com o Niva sem motor e câmbio. Porém, antes de concretizar a compra, se fazia necessário que a principal interessada, Isabela, que até então não sabia de nada, fosse avaliar o tamanho da “encrenca”. Nomade foi para casa e contou a história para as duas, a Isabela ficou empolgada e com medo ao mesmo tempo, achava que era melhor pegar um Niva que estivesse pronto, ela queria ir imediatamente ver o Niva que poderia ser dela. Dia seguinte, quando viram o carro as duas ficaram assustadas, e a Isabela disse: "pai, acho que não vai dar certo, nunca vamos conseguir montar isso". Nomade a tranquilizou novamente mostrando que o serviço pesado de lataria estava concluído e que faltava "apenas" montar o carro. E que mesmo que tudo desse errado, ainda assim seria uma experiência de vida muito importante.
Um mês depois, o Niva que a essa altura já tinha nome, Maria Gabriela, ou
apenas MaGá, junto com a “Fiona”, uma moto Yamaha XT225, que já está na família
a 10 anos, foram de guincho para Peruíbe, onde agora aguardam pacientemente que
o Camarada Niveiro Nomade Sts e a sua “Pikena” Isabela, de 16 anos, tenhamos
tempo livre para fazerem as reformas. “Calculamos
dois anos para o projeto ser concluído, a ideia é que a MaGá fique pronta para
quando a Isabela completar 18 anos” comenta Nomade com muito orgulho da Isabela.
Com certeza essa história ainda
continua no blog...
Fonte:
Camarada Nomade Sts
3 comentários:
História e família NOTA 10!! Parabéns!!!
Bacana!!!! Parabéns Isabela! Sucesso na restauração da Magá!
http://youtu.be/ysHmFAb72ko
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